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O tempo e a consciência dentro de si mesmo.

  • Foto do escritor: MANOEL ROSAS DOS REIS JR
    MANOEL ROSAS DOS REIS JR
  • 17 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

​Que há um tempo para a consciência, chamado por vezes de tempo subjetivo (em oposição ao que seria o tempo objetivo, o tempo real ou do mundo), parece evidente – já que esse tempo é facilmente percebido empiricamente.


O tempo vivido não tem a regularidade dos relógios, pois parece arrastar-se em situações de dor e sofrimento, enquanto aparentemente acelera-se quando a felicidade ou o prazer estão (são) presentes.


É por isso que há um tempo para a espera e outro para a saudade, um tempo para a angústia e outro para a nostalgia, um tempo para o sofrimento e outro para o prazer, um tempo para a paixão e outro para a união, um tempo para a ação ou para o trabalho, outro, ou vários, para o descanso [...] (SPONVILLE, 2000, p. 16).


Vieira cita três importantes visões acerca do tempo: a do container; da matéria-prima ou a primeira; e a chamada relacional. A primeira foi adotada na elaboração do paradigma de Newton, afirma que espaço e tempo constituem um cenário fixo onde as coisas existem e exibem em sua história, em uma linha do tempo.


Tal container espaço-tempo existiria assim em si mesmo, ou seja de forma incondicional, ou seja absoluto e continuaria a existir mesmo se todas as coisas nele contidas viessem a mudar radicalmente em categoria ou mesmo deixassem de existir (VIEIRA, 2008). A entidade tempo só poderia ser descrita, aqui, pela matemática pura, por ser tangível e visível.


No segundo caso, o espaço-tempo é entendido como uma substância que compõe todo elemento físico, ontologicamente primário, ou seja possui uma existência anterior, assim as coisas não estão no espaço-tempo, mas são constituídas por ele ou seja existem em função do espaço-tempo. Já na concepção relacional, espaço e tempo não existem em si mesmos, mas constituem uma rede complexa de relações entre entidades factuais, ou seja, coisas e seus processos de mudança.


Desta forma se não há mudanças em coisas, não há o espaço-tempo também. De acordo com Vieira (2008) o conceito de tempo relacional é o que tem sido mais aplicado atualmente na ciência investigativa, além de relacionar-se a inúmeros pensadores da filosofia como Aristóteles, Santo Agostinho, etc.


Uma outra forma de ver a complexidade do tema é descrita por Pascal, para quem o tempo simplesmente está dentro de uma categoria de coisas consideradas impossíveis e inúteis de se definir. Porem quando ele fala da consciência, ele diz que o tempo parece ser a sucessão ou consequência do passado (que não mais existe), do presente (o agora, um ponto de tempo sem duração) e do futuro (que ainda não é). Agora depois desta breve introdução precisamos mergulhar em nossa consciência mais crítica e verificar como estamos lá dentro - a psicoanálise é um ótimo recurso para isso.


 
 
 

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